Consórcio passa a gerir sete dos 13 cemitérios públicos do Rio
RIO — A partir desta terça-feira, o consórcio Reviver assume o controle de sete dos 13 cemitérios públicos do Rio, pondo fim a mais de um século de gestão da Santa Casa de Misericórdia. A concessionária pagou R$ 30 milhões pela outorga e administrará por 35 anos o segundo lote licitado no ano passado. O conjunto é formado pelo maior cemitério do Rio, o São Francisco Xavier, no Caju, além de Murundu (Realengo), Cacuia (Ilha do Governador), Ricardo de Albuquerque, Paquetá, Santa Cruz e Guaratiba.
Com a mudança, informou o secretário municipal da Casa Civil, Guilherme Schleder, poderá ser observada uma série de melhorias nos serviços. Entre as obrigações mais urgentes estão melhorar a acessibilidade, a conservação e a limpeza dos espaços, e implantar climatização das salas de velório, padronização de tarifas e digitalização dos registros.
SERVIÇO SERÁ TABELADO
Os serviços vão seguir uma uma tabela com preços fixos. A localização de cada túmulo, assim como o registro de sepultamento, passa a ser digitalizada. Com isso, espera-se que não se repitam os escândalos associados à construção e venda ilegal de túmulos em cemitérios públicos.
— Agora, toda a gestão do espaço passa a ser informatizada, e os serviços, tabelados. A gente terá como fiscalizar, e o serviço respeitará regras. Assim poderemos cobrar e tomar medidas caso as obrigações não sejam cumpridas — afirma o secretário da Casa Civil, que cita como exemplo as mudanças já em prática em outros cemitérios concedidos à iniciativa privada:
— De cara, você entra no lugar e encontra todos os funcionários uniformizados, recebe um atendimento correto e se sente mais confortável num espaço limpo.
O prazo para que as concessionárias que administram os cemitérios cumpram as obrigações contratuais varia. A revitalização do espaço e a informatização do sistema, entre outras exigências, devem ser feitas em até dois anos. Já a adoção do regime de sepultamento em jazigo social em substituição ao serviço de sepultamento em cova rasa — que passa a estar disponível somente para os credos religiosos que exigem o enterro em solo — , deve ser feita em até dez anos. No Rio, morrem cerca de 5.500 pessoas por mês. Dessas, aproximadamente 3.800 (69%) são sepultadas nos cemitérios públicos.
Fonte: Jornal Extra O Globo
Limpeza de lápides nos cemitérios do Rio muda para evitar desperdício de água
No Cemitério São João Batista, funcionários devem usar panos úmidos. No Caju, parentes são orientados a levar água de casa. (Foto: funcionário substitui máquina de pressão por pano úmido no São João Batista - Pablo Jacob / Agência O Globo)
RIO — Alarmados com a crise hídrica, os cemitérios do Rio também estão tomando medidas para economizar água. No início deste mês, a concessionária que administra o São João Batista, em Botafogo, suspendeu por 60 dias a lavagem de jazigos. Já no Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju, familiares são orientados a levar água de casa. E, no vizinho Cemitério da Penitência, equipamentos controlam o consumo.
No São João Batista, onde se encontram os túmulos de personalidades como Tom Jobim, Carmen Miranda e Clara Nunes, funcionários foram orientados a fazer a limpeza com pano úmido até abril. Além disso, a recuperação de lápides históricas e da fachada do cemitério, administrado pela Rio Pax desde agosto do ano passado, foi interrompida. A restrição se estende aos cemitérios de Irajá, Inhaúma, Jacarepaguá, Campo Grande e Piabas, também geridos pela concessionária. A expectativa é economizar 150 mil litros.
— Temos 30 zeladores cadastrados no São João Batista. Com uma mangueira, até cem litros são gastos na limpeza de um jazigo. São no mínimo três mil litros por dia — disse Lourival Panhozzi, diretor dos cemitérios da Rio Pax.
Há três meses, a concessionária até comprou uma máquina com jato de pressão, que reduz em 90% o consumo de água. Mas, com a nova restrição, o equipamento foi deixado de lado.
Os culpados pelo desperdício também podem ser encontrados além dos muros. Segundo Panhozzi, em seis meses a concessionária já descobriu oito ligações clandestinas de água feitas por pessoas que vivem nos arredores de seis cemitérios. Em apenas um deles, a conta chegou a R$ 30 mil mensais.
No complexo de cemitérios do Caju, o consumo também foi restringido. No da Penitência, foram investidos R$ 3 mil na instalação de equipamentos que monitoram o abastecimento e os níveis das caixas d’água. A estimativa é de 15% de economia. Já no São Francisco Xavier, o registro passou a ficar aberto pela metade durante o dia. Segundo a administração, se parentes querem limpar os túmulos, são orientados a levar água de casa
(BARBARA MARCOLINI, O GLOBO, 10/02/2015 5:00)
Fonte Jornal O Globo
Consórcio Reviver assume gestão de sete cemitérios públicos
Foi oficializada na edição desta quarta-feira (29) do Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro a concessão de sete dos 13 cemitérios públicos da cidade ao Consórcio Reviver. Os outros seis já estão sob o comando do Consórcio Rio Pax. As duas concessões colocam fim ao centenário monopólio da Santa Casa nos serviços cemiteriais e funerários da capital fluminense.
Passam a ser geridos pelo Grupo Reviver os cemitérios São Francisco Xavier (Caju), do Murundu (Realengo), de Paquetá, Santa Cruz, de Ricardo de Albuquerque, Guaratiba e da Cacuia (Ilha).
Ao consórcio Rio Pax — que inclui a Agência Funerária Rio Pax, a empresa Solucard e a Funerária Cintra — foram concedidos os cemitérios São João Batista (Botafogo), de Jacarepaguá, Irajá, Inhaúma, Campo Grande e Piabas (Vargem Grande).
O prazo de concessão aos dois consórcios é de 35 anos. O valor de outorga pago pelo Rio Pax é de R$ 13 milhões, enquanto a outorga do Reviver ficou em R$ 70 milhões.
Fim do monopólio após denúncias de fraudes
De acordo com a Prefeitura do Rio, o contrato de concessão dos cemitérios à Santa Casa venceu em 2009. Uma licitação para exploração dos serviços funerários foi aberta após o encerramento do contrato, mas o processo foi impugnado por falta de projeto básico, o que manteve a Santa Casa gerenciando os 13 cemitérios até que um esquema fraudulento de vendas e construções ilegais de sepulturas veio à tona.
As fraudes foram denunciadas em julho de 2013 por meio de uma reportagem produzida pelo Fantástico. Logo em seguida a Delegacia Fazendária fez uma operação para investigar o esquema.
As investigações levaram o Ministério Público do Rio de Janeiro a denunciar 24 pessoas pelos crimes de estelionato, corrupção passiva, formação de quadrilha, construção não autorizada em solo não edificável, apropriação indébita.
Entre os denunciados estava o provedor da Santa Casa, Dahas Chade Zarur, contra quem o MP pediu a prisão preventiva, assim como de mais três funcionários da instituição, Raimundo Marcelo de Oliveira, Augusto José dos Santos e Djalma Castilho, por irregularidades e fraudes fiscais nas vendas de jazigos e imóveis de propriedade da instituição entre julho de 2004 e agosto de 2013.
De acordo com a denúncia, Dahas era o chefe do esquema criminoso. Ele atuava em conjunto com os administradores por ele nomeados e funcionários dos 13 cemitérios públicos da cidade. Além de vender irregularmente os jazigos, muitas vezes por valores acima da tabela, as transações eram feitas sem a emissão de notas fiscais ou por intermédio de notas fiscais frias.
O MP estimou que as fraudes somaram cerca de R$ 21 milhões. Segundo o órgão, Dahas Zarur chegou a determinar o fechamento da tesouraria da instituição, em junho de 2010. Com isso, ele eliminou o controle contábil das entradas financeiras relativas aos cemitérios e facilitando o desvio do dinheiro para seu patrimônio pessoal.
(CBN, Portal G1, 29/10/2014)
Cemitério São Francisco Xavier "Cajú"
Pela data de nascimento e pelas características, o São Francisco Xavier é considerado o irmão gêmeo do Cemitério São João Batista. Enquanto o SJB recebia os ricos moradores de Botafogo, o Caju recebia os ricos moradores de São Cristóvão, os bairros mais importantes dos tempos do Império.
Conta a história, que em 1839 a Santa Casa da Misericórdia transferiu o cemitério do seu hospital para a Ponta do Caju, próximo à antiga Praia de São Cristóvão, aterrada anos depois. Tal necrópole, servindo para o enterro de escravos, era denominada de Campo Santo da Misericórdia. No dia 18 de outubro de 1851, a necrópole de São Francisco Xavier, popularmente conhecida como Cemitério do Caju, foi inaugurada com o sepultamento da criança Vitória, filha de uma escrava.
Desde a inauguração existe a quadra dos acatólicos, utilizada exclusivamente para o sepultamento de judeus e protestantes, antes da edificação do Cemitério Comunal Israelita em 1956 no mesmo bairro. Em 1866 instituiu-se o Cemitério São Pedro, uma quadra exclusiva para o sepultamento de padres desta ordem.
Para alcançar o tamanho atual o São Francisco Xavier passou por diversas ampliações, aterramentos, aplainações e até o desmonte de um morro. O maior do Rio de Janeiro, e o segundo maior do país, com 441.000 m², fica no chamado Complexo de Cemitérios do Caju (Cemitério da Ordem Terceira do Carmo, o Cemitério da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência e o Cemitério Comunal Israelita do Caju).
Cemitério São Francisco Xavier
R. Monsenhor Manoel Gomes, 155 - Caju
Fones: 0800 022 1650
EMail:
Site: cemiteriosdorio.com.br/caju
Horários: Todos os dias, das 08:00 às 17:00 horas (Plantão 24 horas)
Complexo de Capelas
Acesso direto pela entrada principal
Crematório do Caju
Acesso direto pela entrada lateral
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Prefeitura lança edital para licitação de novos gestores para os cemitérios do Rio
A Prefeitura lançou nesta terça-feira (10 de dezembro) um edital para licitação de novos gestores para os cemitérios da cidade, conforme mostrou o Bom Dia Rio. Em julho, o Fantástico mostrou um esquema de venda ilegal de sepulturas nos cemitérios administrados pela Santa Casa de Misericórdia. A entidade foi afastada.