No Cemitério São João Batista, funcionários devem usar panos úmidos. No Caju, parentes são orientados a levar água de casa. (Foto: funcionário substitui máquina de pressão por pano úmido no São João Batista - Pablo Jacob / Agência O Globo)
RIO — Alarmados com a crise hídrica, os cemitérios do Rio também estão tomando medidas para economizar água. No início deste mês, a concessionária que administra o São João Batista, em Botafogo, suspendeu por 60 dias a lavagem de jazigos. Já no Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju, familiares são orientados a levar água de casa. E, no vizinho Cemitério da Penitência, equipamentos controlam o consumo.
No São João Batista, onde se encontram os túmulos de personalidades como Tom Jobim, Carmen Miranda e Clara Nunes, funcionários foram orientados a fazer a limpeza com pano úmido até abril. Além disso, a recuperação de lápides históricas e da fachada do cemitério, administrado pela Rio Pax desde agosto do ano passado, foi interrompida. A restrição se estende aos cemitérios de Irajá, Inhaúma, Jacarepaguá, Campo Grande e Piabas, também geridos pela concessionária. A expectativa é economizar 150 mil litros.
— Temos 30 zeladores cadastrados no São João Batista. Com uma mangueira, até cem litros são gastos na limpeza de um jazigo. São no mínimo três mil litros por dia — disse Lourival Panhozzi, diretor dos cemitérios da Rio Pax.
Há três meses, a concessionária até comprou uma máquina com jato de pressão, que reduz em 90% o consumo de água. Mas, com a nova restrição, o equipamento foi deixado de lado.
Os culpados pelo desperdício também podem ser encontrados além dos muros. Segundo Panhozzi, em seis meses a concessionária já descobriu oito ligações clandestinas de água feitas por pessoas que vivem nos arredores de seis cemitérios. Em apenas um deles, a conta chegou a R$ 30 mil mensais.
No complexo de cemitérios do Caju, o consumo também foi restringido. No da Penitência, foram investidos R$ 3 mil na instalação de equipamentos que monitoram o abastecimento e os níveis das caixas d’água. A estimativa é de 15% de economia. Já no São Francisco Xavier, o registro passou a ficar aberto pela metade durante o dia. Segundo a administração, se parentes querem limpar os túmulos, são orientados a levar água de casa
(BARBARA MARCOLINI, O GLOBO, 10/02/2015 5:00)
Fonte Jornal O Globo