Cemitérios Públicos

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Notícias 10 Março 2015

Visitantes do Cemitério da Penitência tiveram aula de arte e de história

Aconteceu na tarde da sexta-feira, dia 27 de março, a esperada visita guiada gratuita ao Cemitério da Penitência, no Caju, conduzida pelo historiador Milton Teixeira. O evento contou um pouco da história dos portugueses que desembarcaram na capital do Império e contribuíram para o crescimento e avanço da cidade, que celebra 450 anos de fundação. Lá, estão os túmulos e jazigos de diversas personalidades portuguesas daquele século, como, por exemplo, o Barão de Vista Alegre, o Conde de Vilela e o Comendador Francisco Ferreira das Neves. Pioneiro em tours pelos cemitérios, Milton ressaltou detalhes das obras de arte cemiterial encontradas no Penitência.

Cemitério da Venerável Ordem 3ª de São Francisco da Penitência
Rua Monsenhor Manoel Gomes, 307 - Caju
Fone: (21) 2580-4479

Notícias 27 Março 2015

Programa de Visitas Guiadas do São João Batista recebeu sósia de Estácio de Sá

O Programa de Visitas Guiadas do São João Batista recebeu dezenas de visitantes na quinta-feira e também o sósia do fundador da cidade, Estácio de Sá, em homenagem ao aniversário de 450 anos do Rio de Janeiro. A cena interpretada pelo ator Tiago Azevedo aconteceu no mirante do mausoléu dos imortais da Academia Brasileira de Letras, onde estão os maiores nomes da nossa literatura. Milton Teixeira falou sobre a importância de Estácio de Sá para a cidade; uma figura, segundo ele, pouco reverenciada. O militar português fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro em 1° de março de 1565, com o objetivo de expulsar os franceses que já estavam por aqui há dez anos.

Todos os meses o São João Batista, localizado em Botafogo, recebe visitantes para uma descontraída aula de história com o Professor Milton Teixeira, especialista no assunto. Durante duas horas, turistas e moradores do Rio podem conhecer detalhes das vidas de seus heróis e ídolos, além de personalidades que fizeram a história do Brasil em todas as áreas, desde o Império e a República. 

A próxima visita guiada será no dia 29 de abril, a partir das 9 horas, porém o monitor do projeto atende visitantes não agendados pela manhã e tarde, de terça a sábado. O Projeto Cultural Queridos para Sempre! ainda disponibiliza centenas de placas digitais com códigos QR nos túmulos. Visitantes com smartphone e internet podem saber mais sem auxílio do funcionário.

Cemitério de São João Batista
Rua Gal Polidoro, 222 - Botafogo
Fones: (21) 2527-0648 / (21) 2539-6057

Notícias 26 Março 2015

Penitência e São João Batista recebem visitantes nesta quinta e sexta

Duas opções de visitas guiadas aos cemitérios mais tradicionais do Rio de Janeiro acontecem hoje a amanhã. 

O São João Batista, localizado em Botafogo, recebe visitantes nesta quinta-feira às 9 horas para uma descontraída aula de história com o Professor Milton Teixeira, especialista no assunto. Durante duas horas, turistas e moradores do Rio podem conhecer detalhes das vidas de seus heróis e ídolos, além de personalidades que fizeram a história do Brasil em todas as áreas, desde o Império e a República. Um dos momentos mais esperados é a passagem pelo Mausoléo da Academia Brasileira de Letras, a ABL dos imortais escritores.

Na sexta-feira, dia 27 de março, a partir das 14 horas, o Cemitério da Penitência, no Caju, promove sua visita guiada gratuita, também conduzida pelo historiador Milton Teixeira. O evento busca contar um pouco da história dos portugueses que desembarcaram na capital do Império e contribuíram para o crescimento e avanço da cidade, que celebra 450 anos de fundação. Lá, estão os túmulos e jazigos de diversas personalidades portuguesas daquele século, como, por exemplo, o Barão de Vista Alegre, o Conde de Vilela e o Comendador Francisco Ferreira das Neves.

 

Cemitério de São João Batista
Rua Gal Polidoro, 222 - Botafogo
Fones: (21) 2527-0648 / (21) 2539-6057

Cemitério da Venerável Ordem 3ª de São Francisco da Penitência
Rua Monsenhor Manoel Gomes, 307 - Caju
Fone: (21) 2580-4479

Bichos de Estimação 08 Março 2015

Cemitério e Crematório de Animais Pet’s Garden

Desde 2001 no Rio de Janeiro, o cemitério e crematório de animais Pet’s Garden, localizado em Ilha de Guaratiba, próximo à Barra da Tijuca, trata com respeito e profissionalismo esta hora tão delicada. Uma grande área verde repleta de árvores e flores constitui um ambiente que traz paz e dignidade tão necessárias a este momento.

Equipado com jazigos suspensos e individuais espalhados por este jardim, o cemitério foi elaborado de acordo com as regras dos órgãos competentes, não havendo descarga orgânica no meio ambiente, nem contaminação de lençóis freáticos.

O crematório foi exclusivamente projetado para este fim. Usando tecnologia de ponta, o Pet’s Garden trabalha com uma otimização de tempo a ser gasto e um controle rígido de emissão de gases e poluentes.

O Pet’s Garden faz sepultamento individual e cremação individual e coletiva, além de serviços opcionais como urnas funerárias, caixões, diversos tipos de lápides com fotos coloridas do animal gravadas em porcelana e entrega de cinzas em domicílio. O Pet’s Garden faz o serviço de remoção com rapidez e abrangência, através de um profissional treinado para agir com o máximo de respeito e discrição.

Possuimos um teleatendimento 24 horas, tanto para o veterinário como para o responsável pelo animal. É importante frisar que o responsável pode acompanhar todo o processo do sepultamento ou cremação individual. Mas, se preferir, o Pet’s Garden faz todo o procedimento necessário.

Somos abertos à visitação. Ou seja, quando o proprietário quiser visitar o jazigo do seu animal, pode fazê-lo, assim como conhecer nossa estrutura.

Por possuirmos um serviço estruturado, conseguimos fazer preços interessantes, desde a remoção até os serviços opcionais. Pronto-atendimento, opção, agilidade, transparência e reverência a custos possíveis a todos.

O Pet’s Garden foi construído em nome do respeito. Respeito pelos animais e pela dor daqueles que perderam um ser tão querido.

Estrada do Morro Cavado, 1.485 - Ilha de Guaratiba - Rio de Janeiro/RJ
Teleatendimento 24h: (21) 2491-3606 / 3325-7704 / 99925-9793
O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

http://www.petsgarden.com.br/novo/

Cemitério e Crematório de Animais Pet’s Garden
Estrada do Morro Cavado, 1.485 - Ilha de Guaratiba - Rio de Janeiro/RJ
Teleatendimento 24h: (21) 2491-3606 / 3325-7704 / 99925-9793
EMail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Visite o Site Oficial

 

Bichos de Estimação 08 Março 2015

Cemitério de Pequenos Animais da Prefeitura do Rio

O cemitério de pequenos animais dispõe de 3292 sepulturas pequenas para gatos e cães com até 20kg, e 344 sepulturas grandes, para cães acima de 20kg. Para sepultamentos e visitação de sepulturas, funciona de de segunda a sexta-feira, das 8h00 às 11h00 e das 13h00 às 16h00; sábados de 8h00 até as 11h30. Domingos, feriados e pontos facultativos não realizamos sepultamento.

A Unidade Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman (UJV) não possui velórios ou capelas, mas a direção da Unidade não se opõe a quaisquer tipos de celebração religiosa durante o sepultamento de um animal, de acordo com o credo de seu proprietário. Não são necessários caixões (ou caixas), mas se o proprietário do animal desejar, pode trazer a ornamentação da sepultura. Todas as sepulturas são identificadas por números seqüenciais dentro de uma determinada ala.

O serviço de sepultamento é feito mediante contrato de cessão de sepultura por dois anos, renovável por mais um ano mediante pagamento adicional. Ao final do contrato, os ossos são exumados e podem ser levados pelo proprietário para enterro em propriedade particular ou para cremação.

 

Cemitério de Pequenos Animais da Prefeitura do Rio
Av. Bartolomeu de Gusmão nº 1.120, São Cristóvão - CEP: 20.941-160

Ponto de referência: próximo ao corpo de bombeiros.

Visite o Site Oficial

Como chegar

• de ônibus: 284 (Pça Tirandentes – Pça Seca)
• de metrô: linha 2, estação São Cristóvão (850 m de caminhada da estação à Unidade);
• de trem: Estação São Cristóvão (850 m de caminhada da estação à Unidade);
• de carro: Não possuímos estacionamento para visitantes e clientes.

Projetos Culturais 08 Março 2015

São João Batista é o novo Roteiro Cultural do Rio

O Projeto Cultural Queridos para Sempre complementa as visitas guiadas que a Rio Pax promove uma vez por mês ao cemitério São João Batista com o historiador Milton Teixeira. “O São João Batista é o Pére Lachaise carioca”, compara o diretor Lourival Panhozzi, referindo-se ao cemitério de Paris que atrai milhares de turistas todos os anos.

Projetos Culturais 08 Março 2015

Projeto Cultural Queridos para Sempre no São João Batista

Desde o último Dia de Finados, quem visita o cemitério São João Batista encontra um código QRCode nos túmulos de centenas de famosos ali enterrados. Basta apontar o smartphone ou tablet com acesso a Internet para o desenho em formato de código de barras para descobrir quem está enterrado ali, sua história, fotos, vídeos, textos biográficos e outras curiosidades. Mais que uma inovação, a iniciativa mostra os avanços nos sistemas de informação e de controle em implantação no cemitério, como o sistema de vigilância.

Notícias 03 Março 2015

Consórcio passa a gerir sete dos 13 cemitérios públicos do Rio

RIO — A partir desta terça-feira, o consórcio Reviver assume o controle de sete dos 13 cemitérios públicos do Rio, pondo fim a mais de um século de gestão da Santa Casa de Misericórdia. A concessionária pagou R$ 30 milhões pela outorga e administrará por 35 anos o segundo lote licitado no ano passado. O conjunto é formado pelo maior cemitério do Rio, o São Francisco Xavier, no Caju, além de Murundu (Realengo), Cacuia (Ilha do Governador), Ricardo de Albuquerque, Paquetá, Santa Cruz e Guaratiba.

Com a mudança, informou o secretário municipal da Casa Civil, Guilherme Schleder, poderá ser observada uma série de melhorias nos serviços. Entre as obrigações mais urgentes estão melhorar a acessibilidade, a conservação e a limpeza dos espaços, e implantar climatização das salas de velório, padronização de tarifas e digitalização dos registros.

SERVIÇO SERÁ TABELADO
Os serviços vão seguir uma uma tabela com preços fixos. A localização de cada túmulo, assim como o registro de sepultamento, passa a ser digitalizada. Com isso, espera-se que não se repitam os escândalos associados à construção e venda ilegal de túmulos em cemitérios públicos.

— Agora, toda a gestão do espaço passa a ser informatizada, e os serviços, tabelados. A gente terá como fiscalizar, e o serviço respeitará regras. Assim poderemos cobrar e tomar medidas caso as obrigações não sejam cumpridas — afirma o secretário da Casa Civil, que cita como exemplo as mudanças já em prática em outros cemitérios concedidos à iniciativa privada:
— De cara, você entra no lugar e encontra todos os funcionários uniformizados, recebe um atendimento correto e se sente mais confortável num espaço limpo.

O prazo para que as concessionárias que administram os cemitérios cumpram as obrigações contratuais varia. A revitalização do espaço e a informatização do sistema, entre outras exigências, devem ser feitas em até dois anos. Já a adoção do regime de sepultamento em jazigo social em substituição ao serviço de sepultamento em cova rasa — que passa a estar disponível somente para os credos religiosos que exigem o enterro em solo — , deve ser feita em até dez anos. No Rio, morrem cerca de 5.500 pessoas por mês. Dessas, aproximadamente 3.800 (69%) são sepultadas nos cemitérios públicos.


Fonte: Jornal Extra O Globo

 

Curiosidades 02 Março 2015

Pretos Novos. O cemitério de escravos descoberto por acaso.

O Histórico Cemitério dos Pretos Novos.

Em uma casa construída no início do século XVIII, na Rua Pedro Ernesto, 36, na Gamboa, seus donos, Merced e Petruccio, resolveram realizar reformas. Durante as escavações, no ano de 1996, acharam um verdadeiro sítio arqueológico enterrado as seus pés.

Embaixo da estrutura do prédio havia um cemitério secular de negros vindos da África, que não resistiam à viagem e morriam antes de serem comercializados - o então desconhecido, Cemitério dos Pretos Novos.

Junto aos entulhos, foram encontrados fragmentos de crânios e ossos humanos dentre artefatos de cerâmica, vidros, metais e outras evidências arqueológicas. Ao comunicar o achado ao Centro Cultural José Bonifácio, situado na redondeza, o assunto foi diretamente transmitido ao Departamento Geral de Patrimônio Cultural, órgão da Secretaria de Cultura, que logo mandou uma equipe de profissionais da Prefeitura e do Instituto de Arqueologia Brasileira para confirmar o potencial histórico.

O local foi transformado em sítio arqueológico e, mais tarde, em Centro Cultural, visando manter viva não só a história da cidade do Rio de Janeiro, como também a do Brasil e da África.

 

Outros Cemitérios de Escravos no Rio de Janeiro

Os corpos dos negros recém-chegados da África que morriam antes de serem escravizados eram habitualmente sepultados em terrenos ao redor da igreja ou em cemitérios próximos a região. Entretanto, muitas vezes também eram jogados nas praias ou abandonados pelas ruas.
Com o aumento da população e o início do tráfico negreiro, por volta do início do século XVII, fez-se necessário a adoção de pedaços de terra maiores, que pudessem comportar a crescente quantidade de enterros.

Mais tarde, em 1655, os franciscanos doaram um terreno ao redor do atual Largo da Carioca, junto ao Morro de Santo Antônio, com o intuito de absorver o grande número de corpos de escravos índios e negros que vinha crescendo. Já em 1709, estava completamente lotado.

Durante muitos anos, um pequeno campo considerado santo, atrás do Hospital da Santa Casa da Misericórdia, perto do Morro do Castelo, foi utilizado como principal cemitério da região. Para exemplificar, só no ano de 1798, aproximadamente 1.360 corpos foram sepultados no local.

A área onde era localizada a Igreja de Santa Rita, construída no início do século XVIII, também foi amplamente utilizada como cemitério. Destinada apenas ao sepultamento de escravos, funcionou regularmente até a transferência do mercado negreiro da rua Direita, atual Primeiro de Março, para o Valongo, em 1769.

Após a saída da região portuária, o cemitério, nomeado Cemitério dos Pretos Novos, também foi transferido para o Caminho da Gamboa, que depois passou a ser Rua do Cemitério e hoje é a Rua Pedro Ernesto.

 

Conheça o Memorial dos Pretos Novos

O Memorial dos Pretos Novos é parte integrante do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos - IPN que tem por finalidade a reflexão sobre a escravidão no Brasil, assim como o desenvolvimento de projetos educativos e de pesquisa para a preservação da memória dos Pretos Novos.

Pretos Novos era o nome dado aos cativos recém-chegados da África e desembarcados no Rio de Janeiro, em meados do século XIX, em uma área da cidade chamada, então, de Pequena África. Neste local, hoje a zona portuária da Gamboa, ficava o mercado de venda dos negros cativos.

O memorial é um sítio arqueológico do Cemitério dos Pretos Novos que funcionou no local, entre os anos de 1769 e 1830, um ato de reverência e respeito aos milhares de negros recém-chegados à colônia, mortos ou doentes devido aos maus tratos durante a travessia do Atlântico.

Estima-se que ali tenham sido depositados, em valas coletivas, os corpos de 20 a 30 mil negros, muito embora estes números não façam parte dos registros oficiais.

Com a proibição do tráfico negreiro, o cemitério foi fechado e a memória de sua existência sepultada em razão dos sucessivos aterros ocorridos na região, assim como ao apagamento de parte importante da história da escravidão na cidade do Rio de Janeiro.

O Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos - IPN, Museu Memorial, tornou-se um dos mais novos Pontos de Cultura do Rio de Janeiro, graças ao “Projeto Memorial Pretos Novos: Resgatar a memória de um povo é preservar a cultura de um país”.

 

Um local de preservação da memória e fonte documental

O Memorial dos Pretos Novos é o resultado do trabalho conjunto de historiadores e de arqueólogos com base nas ossadas e nos vários artefatos encontrados no local durante a primeira escavação, realizada com o objetivo de delimitar a extensão do Cemitério dos Pretos Novos.

Ao todo, foram encontradas 28 ossadas, com predomínio do sexo masculino entre 18 a 25 anos. Eram pedaços de crânio, de costela, dentes, mandíbula, nenhuma peça completa, o que demonstra que se tratava de um cemitério com covas, onde os corpos eram simplesmente jogados uns sobre os outros.

Se as ossadas revelam os sinais da brutalidade e do desrespeito com que esses negros eram tratados, os vários artefatos também encontrados como pontas de lança, argolas, colares, contas de vidro; artefatos de barro, porcelanas, conchas, ostras e vestígios de fogueira surgem como importantes fontes documentais, não apenas dos costumes e do cotidiano do Rio de Janeiro oitocentista, mas de que, há três ou quatro mil anos, o local também fora uma região sambaquieira,

Pirâmides de vidro, inauguradas em 2012 com uma manifestação religiosa com a presença de mães de santo, protegem e dão visibilidade aos achados arqueológicos depositados nos locais de escavações.

A Galeria Pretos Novos apresenta exposições temporárias de arte contemporânea. A Biblioteca Pretos Novos, inaugurada em novembro de 2012, conta com cerca de 600 títulos dedicados à cultura, à história e às artes afro brasileiras e indígenas.

 

O Memorial dos Pretos Novos tem sua sede em um sítio histórico ligado ao antigo Cemitério dos Pretos Novos, que funcionou entre os anos de 1769 e 1830. O prédio, localizado na atual Rua Pedro Ernesto, 36, bairro da Gamboa, remonta ao início do século XVIII, quando a rua era conhecida como Caminho do Cemitério.

A história do bairro remonta a própria história de ocupação da cidade, no século XVI, quando o mar atingia toda a região da Gamboa e da Saúde, bairros adjacentes e situados entre a Central do Brasil, o cais do porto e o Morro do Valongo ou da Conceição.

Na região ficava o cais para desembarque dos navios negreiros e a quarta paróquia da cidade, a Igreja de Santa Rita erguida, entre 1702 e 1719. Como na cidade havia poucos terrenos destinados ao sepultamento dos negros recém-chegados da África, os Pretos Novos, seus corpos eram lançados em covas abertas na rua em frente à igreja. O local foi utilizado regularmente, até que o mercado de escravos fosse transferido da Rua Direita, atual Primeiro de Maio para o Valongo.

Em 1741 foi aberta a Rua do Valongo, atual Rua Camerino, caminho pelo qual seguiam os negros desembarcados no Cais do Valongo até o mercado de compra e venda de negros, ali instalado, a partir de 1779, por ordem do Vice-Rei Marques do Lavradio.

Por ocasião da chegada da Imperatriz D. Tereza Cristina, em 1843, o cais do Valongo foi reformado e rebatizado de Cais da Imperatriz. A Rua do Valongo passou a se chamar de Rua da Imperatriz, assim permanecendo até 1890, ocasião em que recebeu o nome atual em homenagem a Francisco Camerino de Azevedo, herói da guerra do Paraguai.

Por volta de 1750, a atual Rui Pedro Ernesto era conhecida era conhecida como o caminho da Gamboa, referência à praia do mesmo nome. Mais tarde, passou a ser chamada de Caminho do Cemitério, onde ficava o Cemitério dos Pretos Novos, ali instalado pela proximidade do mercado de negros criado na Rua do Valongo.

Os relatos de viajantes que por aqui estiveram no século XIX nos contam que o cemitério não passava de uma montanha de terra e de corpos despidos, em decomposição, que de tempos em tempos eram queimados.

Em 1853, o Caminho do Cemitério passa a se de Rua da Harmonia. No local foi criado o Teatro de Amadores que depois se tornou Escola José Bonifácio, hoje, Centro Cultural José Bonifácio dedicado a Cultura afro-brasileira. Em 1946, a rua passa a se chamar de Pedro Ernesto.

Embora a existência do Cemitério dos Pretos Novos fosse conhecida de historiadores e da literatura sobre a cidade do Rio de Janeiro e sobre a escravidão no Brasil, sua localização tornou-se totalmente desconhecida por décadas até o ano de 1996, quando, por ocasião de uma obra realizada na fundação da casa, foram encontrados ossadas humanas a poucos centímetros de escavação.

A pesquisa inicial e a análise dos vestígios arqueológicos, feitos pelo Instituto de Arqueologia Brasileira, confirmaram que se tratavam das ossadas depositadas no antigo Cemitério dos Pretos Novos.

Os donos do imóvel pensaram em realizar exposições itinerantes com o rico material encontrado nas escavações, mas reconhecendo a importância do local para a história da cidade do Rio de Janeiro e para a divulgação da história dos Pretos Novos, decidiram que ali seria um espaço de visitação.

 

Instituição: trajetória e natureza jurídica

O Memorial dos Pretos Novos é uma instituição privada, um desdobramento das atividades do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), organização sem fins lucrativos, fundada, em 13 de maio 2005, pelos proprietários da residência na qual foi encontrado o sítio arqueológico, o casal Petrúcio e Maria De La Merced Guimarães.

A criação do IPN surgiu da mobilização do casal pela importância da descoberta arqueológica de que a residência que haviam comprado, em 1996, localizava-se sobre o antigo Cemitério dos Pretos Novos.

No início, muito pouco se sabia de concreto sobre a história desses negros. Os poucos registros encontrados sobre o tema falavam de números, mas muito pouco sobre a chegada e da vida do negro africano na colônia.

Este fato é o que tem inspirado a trajetória do IPN que desenvolve atividades diversificadas voltadas à divulgação e à valorização da cultura negra.


Fontes: Cemitério dos Pretos Novos e Museus do Rio

Curiosidades 02 Março 2015

Fragmentos da História dos Cemitérios do Rio de Janeiro

Cemitério dos Ingleses.

Durante todo o período colonial no Brasil, as inumações foram feitas dentro das igrejas, ou, quando muito, em catacumbas anexas. [...] Tal hábito começou a declinar com a chegada da Corte portuguesa, fugida de Napoleão, em 1808, e sobretudo com a abertura dos portos às nações amigas, entenda-se Inglaterra. Foi numa encosta do morro da Providência, na Gamboa — o mesmo que, em sua outra face, veria nascer a primeira favela após o desmobilizamento das tropas da guerra de Canudos, sendo por isso também conhecido como morro da Favela —, voltada para o mar, que surgiu o Cemitério dos Ingleses, o primeiro a céu aberto do Rio de Janeiro e um dos primeiros do Brasil.

Pelo Tratado de Amizade e Comércio, assinado entre o príncipe regente D. João e o rei Jorge III, no dia 19 de fevereiro de 1810, ficava permitido "o enterramento de vassalos de Sua Majestade Britânica, que morressem nos territórios de Sua Alteza Real o príncipe Regente de Portugal, em convenientes lugares, que seriam designados para este fim, não se perturbando, de modo algum, por qualquer motivo, os funerais e as sepulturas dos mortos".

Do livro de Alexei Bueno, Gamboa, pp. 27-28.

 

Cemitério do Cajú.

Não sei se existe uma história dos cemitérios do Rio de Janeiro. Quase todos foram abertos depois das hecatombes da febre amarela, a partir de dezembro de 1849. O do Caju é anterior. É o mais antigo da cidade. Foi instalado em 1839 por José Clemente Pereira, numa gleba comprada a José Goulart, para enterrar os indigentes e escravos até então sepultados nos terrenos de Santa Luzia, onde se ia erguer o atual hospital da Santa Casa de Misericórdia, no Rio de Janeiro. Foi chamado Campo-Santo do Caju. Seu primeiro defunto foi inumado em 1840.

Em 1851 o nome foi mudado para o de Cemitério de São Francisco Xavier. Entretanto, não só persiste a antiga denominação, como ela entrou nas frases feitas. Assim, quando se diz — um dia, Pedro, irás para o Caju — quer dizer — um dia, Pedro, ai! de ti, também morrerás, e serás enterrado. Naquele ano o campo-santo é ampliado e juntaram-se às terras de José Goulart, as da antiga Fazenda do Murundu, de Baltasar Pinto dos Reis. Em 1858 desmembra-se o terreno que vai ser o Cemitério da Venerável Ordem Terceira da Penitência e em 1859 o que vai ser o Cemitério da Venerável Ordem Terceira do Carmo. Essa vasta área corresponde, mais ou menos, ao que é hoje limitado pela Avenida Brasil, pelas Ruas Carlos Seidl, Indústria e Monsenhor Manuel Gomes e nela estão os quatro cemitérios [os três citados e o Cemitério Comunal Israelita], fábricas, depósitos e favelas; as ruas novas dos fundos das necrópoles; e o Hospital São Sebastião. Os aterros, em frente, fizeram desaparecer os cais [...]

Do segundo livro de memórias de Pedro Nava, Balão cativo.

 

Cemitério do Catumbi.

Inaugurado em 19 de março de 1850, o cemitério de São Francisco de Paula ou cemitério do Catumbi, como é mais conhecido, foi o primeiro do Brasil construído a céu aberto destinado a não-indigentes. Antes, somente religiosos e ricos eram sepultados nas criptas das igrejas.

Na época, devido ao efeito devastador das epidemias na cidade do Rio de Janeiro, principalmente da febre amarela, foi construído com urgência o cemitério pela Ordem Terceira de São Francisco de Paula, com aprovação do Império. O resumo histórico e ilustrado da Ordem atesta a compra do terreno que pertencia ao proprietário Dionísio Orioste tendo sido lavrada em cartório pela Irmandade em 12 de maio de 1849.

De fato, já no primeiro ano, foram sepultados cerca de 3 mil corpos com morte provocada pela epidemia da febre amarela, além de 323 irmãos da Congregação, como atestam os documentos da Ordem. Em seguida foram para lá transladados cerca de 450 restos mortais, na sua maior parte da nobreza brasileira que estavam sepultados na igreja de São Francisco de Paula.

Do livro de Mauro Matos, Catumbi, um bairro do tempo do império.

 

(Textos de Alexei Bueno, Pedro Nava, Mauro Matos e Cláudio Henrique)