A Prefeitura do Município de São Paulo retomou o processo de concessão dos 22 cemitérios públicos da capital para o setor privado. Foram feitas adequações à proposta inicial, barrada pelo Tribunal de Contas em três tentativas. O plano do prefeito Ricardo Nunes é passar toda a administração do serviço funerário para a iniciativa privada. A Prefeitura diz que os cemitérios precisam de reformas e ampliações, além da criação de outros três crematórios, e que o caixa do município não suporta esse gasto. A solução encontrada pelo Rio de Janeiro em 2014, abriu as portas para o setor privado.
O valor total previsto para a concessão é de R$ 559 milhões. Além disso, as empresas que arrematarem os quatro lotes deverão repassar 4% da arrecadação mensal para o município. No prazo total dos contratos - que será de 25 anos - a Prefeitura estima que irá arrecadar R$ 6 bilhões. Segundo o edital, as concessionárias deverão reformar os velórios, as capelas, as áreas administrativas e de serviços de todos os cemitérios, além de ampliar o serviço de crematório. Atualmente, a cidade só possui um crematório público, o da Vila Alpina.
No Rio de Janeiro a concessão deu certo e deve estimular outras cidades
Em 2014 a gestão dos 13 cemitérios cariocas foi transferida para as Concessionárias Rio Pax S.A. e Reviver S.A., inaugurando uma nova história no setor cemiterial e funerário da cidade. Milhões em investimentos privados deram mais dignidade aos ambientes e aos familiares, depois de ações de modernização e de treinamento do pessoal. Reformas de emergência e ampliações com milhares de jazigos também solucionaram o velho problema da falta de capacidade para novos sepultamentos.
Segundo usuários e gestores do órgão coordenador dos serviços, a cidade teria vivido um verdadeiro caos durante a pandemia do coronavírus, sem as concessionárias. "Nem dá para imaginar como seria", afirmam.
As instalações dos seis cemitérios da Rio Pax, por exemplo, foram inicialmente reformadas e os cemitérios históricos devidamente restaurados. Depois, as antigas capelas deram lugar à novas construções, amplas, modernas e confortáveis, como nos bairros de Inhaúma, Campo Grande, Irajá e agora em Jacarepaguá.