Autoridades, familiares e amigos do General Leônidas Pires Gonçalves, compareceram neste sábado ao Crematório do Cajú (Cemitério São Francisco Xavier), para a cerimônia de despedida realizada após o velório no Palácio Duque de Caxias. Falecido na quinta-feira (4) aos 94 anos de idade, Leônidas foi ministro do Exército durante o governo de José Sarney.
No velório, segundo a Agência Brasil de Notícias, o ex-presidente José Sarney exaltou as virtudes profissionais e morais do seu então ministro do Exército que, segundo ele, foi o último dos grandes generais brasileiros que tomaram parte dos acontecimentos históricos do Brasil dos últimos 50 anos.
“Ele teve uma função importantíssima na transição democrática. Não apenas no processo de transição, mas, antes mesmo, o general Leônidas articulou com a Marinha e a Aeronáutica um grupo de sustentação que pudesse assegurar a transição democrática sem nenhum trauma”, declarou Sarney.
Em um breve discurso, o filho Miguel Pires Gonçalves disse acreditar que o tempo irá corrigir as injustiças cometidas contra seu pai. O general é citado no relatório da Comissão Nacional da Verdade como um dos 377 agentes do Estado responsáveis, direta ou indiretamente, pela prática de tortura e assassinatos durante o regime militar. “Lastimamos certas imposturas políticas e ideológicas que tentam transformar fatos inverídicos em verdades históricas. Com isso, caluniando pessoas e mistificando episódios”, concluiu.
O chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, General De Nardi, participou da solenidade, representando o ministro da Defesa, Jaques Wagner. “Hoje é um dia de tristeza e consternação para todos nós das Forças Armadas. Ele manteve a dignidade das Forças Armadas e por isso ele é considerado um dos generais mais importantes do Exército Brasileiro e das Forças Armadas”, comentou.
Leônidas foi chefe do Estado-Maior do 1º Exército, no Rio de Janeiro, e comandante Militar da Amazônia de 1974 a 1977. Em 1983, assumiu o Comando do 3º Exército, em Porto Alegre. Em 1985, foi convidado por Tancredo Neves para assumir o Ministério do Exército. Com a morte de Tancredo, o general integrou o governo do presidente José Sarney.