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Notícias 24 Maio 2020

Cemitérios e Funerárias na Covid 19 - Enquanto isso, no Rio de Janeiro...

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Nesses tempos de pandemia, as notícias que chegam de vários países e de cidades brasileiras são aterrorizantes. A nota de destaque é o locaute do sistema funerário e cemiterial, onde a capacidade de recolher, cuidar, sepultar ou cremar corpos ameaça ficar absolutamente comprometida em lugares com pouca ou nenhuma estrutura.

A triste rotina de apoiar a dor de familiares foi multiplicada e agravada. Para garantir as exigências da Vigilância Sanitária, os velórios foram suspensos e as despedidas limitadas a alguns minutos para poucos parentes. As normas de segurança garantem a proteção aos profissionais, mas os equipamentos apenas aliviam a tensão diária de agentes e coveiros, entre as centenas de funções envolvidas no processo.

Porém, a entrada da iniciativa privada na gestão dos serviços funerários e cemiteriais, através de concessão de serviços públicos, está garantindo atendimento humanizado e de qualidade em grandes municípios, como o Rio de Janeiro.

Em 2014, os treze cemitérios públicos foram transferidos para as Concessionárias Rio Pax S.A. e Reviver S.A., mudando os rumos de uma história que começou no período imperial. A decisão garantiu milhares de novos jazigos, modernização das instalações, tecnologias sustentáveis e geração de empregos especializados. Os cemitérios e funerárias particulares acompanharam a evolução e também ampliaram suas capacidades, colocando a cidade entre os melhores serviços do país, sem injeção de dinheiro público.

 

Tecnologias inovadoras de construção e controle de poluentes garantem a qualidade do plano de expansão.

 

Administrado pela Reviver, o Cemitério do Cajú ganha milhares de novos jazigos e confirma sua posição de maior do estado.

 

Nos cemitérios da Rio Pax, mais de 62.000 gavetas e 125.000 nichos para ossos ou cinzas foram entregues ou estão em construção.

 

A nova imagem do setor reflete no Brasil a importância que a atividade representa no cenário internacional. Em 2016, o país promoveu as primeiras mudanças na legislação dos antigos planos funerários, garantindo regulamentação e segurança jurídica. A abertura do mercado atraiu concorrentes de peso, como as seguradoras e as instituições bancárias. Então, uma verdadeira corrida pela qualidade e eficiência acelerou a rotina de tradicionais empresas familiares, transformando a realidade de todas as regiões, das capitais ao interior.

Ao final desta catástrofe, as imagens constrangedoras dos sepultamentos sem velório e das valas coletivas jamais sairão da memória. "O certo é que depois da crise, as pessoas estarão mais atentas aos problemas de seus cemitérios e mais sensíveis ao inesquecível momento da passagem de seus entes queridos", garante o presidente do SEFERJ - Sindicato das Empresas e Serviços Funerários do Estado do Rio de Janeiro, Leonardo Martins.

 

 

 

A Prefeitura do Rio decidiu conciliar a delicada situação de risco, de maneira extremamente respeitosa em relação aos familiares. Segundo Pedro Ferrer, Coordenador da Coordenadoria Municipal de Cemitérios, a decisão de determinar em uma hora o tempo do velório e diminuir a quantidade para até seis pessoas durante o enterro ou cremação, é uma forma que o poder público tem para proteger a população de aglomerações. Outra medida tomada é que a urna funerária deve ser mantida fechada, para impedir o toque manual no corpo, admitindo-se apenas o visor de vidro durante a cerimônia, que sempre deverá ser realizada ao ar livre e com todos os procedimentos de segurança.

O órgão acompanha atentamente os acontecimentos na cidade e no Estado do Rio de Janeiro, bem como nos demais municípios da região e do Brasil. Regularmente acontecem reuniões virtuais com os diversos órgãos envolvidos diretamente na pandemia, a fim de se programar para quaisquer acontecimentos relacionados a um grande aumento de mortes por Covid-19.

“Apesar da despedida ser um momento tão doloroso para parentes e amigos, tenho certeza que todos compreendem essas medidas de segurança por causa da pandemia”, afirma Pedro.

 

 

 

Controle de Vagas Cemiteriais

A capacidade de vagas nos cemitérios (total de 21, dos quais 13 públicos e oito privados) está totalmente adequada para o momento atual, como resultado do processo iniciado em 2014. Uma central inaugurada em 2015 controla a disponibilidade em tempo real. Portanto, mesmo que haja um aumento na demanda, os cemitérios do Rio estão aptos a receber mais sepultamentos ou cremações em seus espaços.

 

Procedimentos Sanitários

Importante salientar que todos os cemitérios (públicos e particulares) têm recebido orientações para os atendimentos dos serviços funerários e sempre está reforçando a importância da adoção de medidas preventivas, que se baseiam em normas, protocolos sanitários e legislações já existentes e que devem ser seguidas.

Após o falecimento, os familiares cuidam da documentação e o hospital já entrega o corpo envelopado (invólucro preto de plástico) ao agente funerário, que imediatamente o coloca na urna e a lacra. Do hospital segue diretamente para o cemitério, uma vez que o preparo do corpo (tanatopraxia) não é recomendada. No cemitério, o corpo é velado a céu aberto (sem capela), e dali segue direto para a sepultura ou crematório. Aos familiares é dada a orientação para que não haja aglomeração durante o velório, que é feito ao ar livre, e que os poucos presentes usem máscaras.

 

Treinamento Operacional

Todos os cemitérios fizeram treinamento dos empregados internos e coveiros com os Técnicos de Segurança do Trabalho (TST). Também foram confeccionadas cartilhas tanto para os trabalhadores quanto para os visitantes e o álcool gel está sempre à disposição de todos, inclusive nos escritórios.

Outro item considerado importante pelos cemitérios e funerárias é o uso permanente de todos os EPIs (equipamentos de proteção individual) necessários por parte dos funcionários que realizam os sepultamentos ou cremações (touca ou gorro, óculos, máscara, avental e luvas).

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