Uma boa notícia para as famílias que aguardavam um local para a guarda de restos mortais de seus entes queridos: a prefeitura do Rio de Janeiro autorizou a venda de nichos para caixas de ossos no tradicional Cemitério do Caju (São Francisco Xavier).
O anúncio foi feito pelo titular da Coordenadoria de Controle de Cemitérios e Serviços Funerários (CCF), Coronel Diógenes Dantas Filho, durante a reunião ordinária do órgão com representantes de todos os cemitérios e funerárias da cidade, e confirmada pelo Diário Oficial. Os nichos perpétuos em ossuário, sem taxas anuais de manutenção, serão comercializados pelo valor tabelado de R$3.011,77 e parcelados no cartão de crédito, segundo a Concessionária Reviver.
Para Diógenes, a preocupação com a prática de preços justos aos munícipes é meta da nova administração municipal, também nos cemitérios e funerárias. “Além de fiscalizar todos os atos e controlar a qualidade dos serviços públicos e particulares no setor, temos que garantir acesso amplo e acabar com as “dificuldades e facilidades” que sempre constrangeram a população”, disse. Cerca de 30.000 novos jazigos estão na fase de construção ou de aprovação também em outros cemitérios públicos do Rio.
Os Jazigos Ecológicos do Caju
A inauguração dos primeiros “Jazigos Ecológicos” do Rio de Janeiro, no Cemitério do Caju, é outra dessas medidas que devem acabar com a fila de sepultamentos, que muitas vezes dependem de vagas e exumações de corpos nos espaços alugados. Segundo Rubens Teixeira, Secretário da pasta de Conservação e Meio Ambiente, “os jazigos ecológicos, construídos com materiais e tecnologia ambientalmente corretos, serão o novo modelo para as futuras ampliações da capacidade instalada, sem a necessidade de gastos com terrenos para construção de cemitérios públicos”.
No Caju, o diferencial dos novos jazigos está no uso de blocos de concreto maciço, com isopor reciclado e fibra de vidro misturados à massa. A estrutura fica termicamente isolada e é possível diminuir em 70% o peso do concreto convencional, de 490kg para 90kg. Outra novidade é que ambos os cemitérios terão uma plataforma de elevação para levar os caixões a cada jazigo vertical. A estrutura impermeável tem 8 andares e tamanho padrão de 60cm de altura e 80cm de largura.
Segundo o engenheiro responsável pela obra, Sandro Augusto Lobo, essa técnica foi desenvolvida na Espanha para construção de casas. Os jazigos também têm tubos especiais para os gases emitidos e sulcos internos para cristalização de resíduos. — Com o concreto mais leve, o processo de edificação ficou mais rápido, além de ser um material reciclável e não inflamável.
Para dar continuidade a renovação, a Concessionária Reviver já deu entrada junto à Prefeitura no projeto de construção de sepulturas no cemitério da Ilha do Governador, e prometeu fazer o mesmo nos cemitérios de Ricardo de Albuquerque e Guaratiba, totalizando mais 15.000 jazigos e 13.000 nichos.
(Com trecho de matéria publicada no Jornal Extra Globo)