Para lembrar os 60 anos da morte de Carmen Miranda, ocorrida em agosto, o ator Tiago Atzevedo encarnou a cantora na visita guiada realizada nesta quinta-feira no cemitério São João Batista. Com direito a performance ao melhor estilo da 'Pequena Notável' para um surpreso grupo de cerca de 50 pessoas que acompanhou o passeio.
Ao lado do jazigo da artista - um dos mais visitados do cemitério -, o ator cantou e dançou a música 'Tica Tica Bum', com direito a turbante de cacho de banana, uma marca registrada de Carmen Miranda.
A visita guiada pelo historiador Milton Teixeira é parte do projeto cultural "Queridos para Sempre!", implantado pela Rio Pax para descobrir e preservar a história das inúmeras personalidades sepultadas no Cemitério São João Batista. Nomes como a própria Carmen Miranda, Santos Dumont, Cândido Portinari, Tom Jobim, entre outras centenas.
A Grande e Notável Despedida
No dia 5 de agosto de 1955, depois de voltar para casa em Beverly Hills, Hollywood, chegando de um cansativo dia de apresentações em uma emissora de TV ao lado de Jimmy Durante, Carmen Miranda morre de colapso cardíaco em seu quarto, sozinha, por volta de 1h30 da manhã.
Todas as emissoras interromperam suas programações para darem em edição extra, o triste acontecimento.
Edições extras de jornais ainda circularam no próprio dia 5, no sábado era manchete em todos os jornais do país e do mundo. O choque foi grande para a população brasileira. Somente na manhã do dia 12 de agosto, o avião Douglas DC-4 Skymaster da Real-Aerovias Brasil, em voo especial, pousava no Aeroporto do Galeão, no Rio trazendo o corpo de Carmen Miranda.
Em um caminhão aberto do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal e envolto com a bandeira do Brasil, o ataúde de bronze, foi levado para o centro da cidade escoltado por batedores da Policia Especial em motocicletas, com sirenes abertas. Por todo o trajeto milhares de pessoas se despediram. Antes da saída do cortejo, o presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Salomão Filho, falou dando o ultimo adeus, em nome da cidade, à artista. Sessenta mil pessoas compareceram ao seu velório realizado no saguão da Câmara Municipal da então capital federal.
O cortejo fúnebre até o Cemitério São João Batista foi acompanhado por cerca de meio milhão de pessoas que cantavam esporadicamente, em surdina, "Taí", um de seus maiores sucessos. Foi a maior manifestação popular feita no Rio de Janeiro até hoje.